No começo da década de 90, três irmãos: Flávio Régis, Fernando Macaé e Fábio Beça, animavam as festinhas no subúrbio de Jacarepaguá, mais precisamente no bairro de Vila Valqueire, Zona Oeste do Rio de Janeiro, carregando seus pandeiros e tantãs para todos os lados. A paixão pelo samba era antiga, e no começo tudo era só divertimento. Com a chegada de Mug, que trazia um cavaco e sua voz para botar uma pilha no recém-formado grupo, a coisa cresceu, tomou corpo, e o que era apenas uma brincadeira foi ficando cada vez mais sério.
O grupo começou a se apresentar em festas e eventos variados, abrindo shows para os outros artistas ou participando de rodas de samba, construindo aos poucos o seu público fiel e apaixonado. Como conta Fábio Beça, era só por diversão mesmo, porque todos nós temos o pé no chão, sabemos como é difícil viver de música no Brasil”. A onda, que ia crescendo aos poucos, abaixou em 1999, quando houve um grande refluxo no mercado do samba e do pagode.
Com uma nova formação que incluiu Thiago e André Neguinho, o Bom Gosto retomou à estrada, mas desta vez com uma nova proposta: eles mesmos bancarem os eventos onde iriam tocar. Começamos pelos subúrbios do Rio e pela Barra da Tijuca, relembra Fábio, contando ainda algumas das aventuras que viveram durante esse período: passar a noite pregando cartazes e faixas, às vezes até na porta de eventos de outros grupos. Foi um período importante, avalia, porque fez com que todos os integrantes do grupo estivessem muito ligados em todos os detalhes da produção. “Era tudo gente nossa, do segurança à moça do banheiro”, completa.
Apadrinhados pelo grupo Fundo de Quintal, os integrantes do Bom Gosto perceberam que tanto tempo de estrada começava a dar frutos. Seus eventos cresceram tanto que hoje são realizados todos os domingos na quadra da Renascer de Jacarepaguá, um lugar com espaço e estrutura para a grande galera que acompanha os shows.